Thaís Russomano
É brinquedo que não tem!
Por Thaís Russomano
Médica especializada em Medicina Espacial
“Já faz tempo que eu pedi, mas o meu Papai Noel não vem. Com certeza já morreu ou então, felicidade, é brinquedo que não tem!”. Essa e outras músicas natalinas embalaram os Natais ao longo de minha infância. Era tão bom acreditar que um velhinho de barbas brancas entraria na minha casa, alta madrugada, com um saco enorme cheio de presentes, e que depositaria tudo ao pé da minha árvore de Natal.
Um dia, porém (bem sabemos!), toda e qualquer criança vive o seu último Natal. A crença no velhinho de barbas brancas apenas desaparece, como por encanto. E, assim, ele se vai para sempre, levando consigo a magia natalina.
A criança, inicialmente, resiste. Vem, então, a dúvida e uma esperança: “Ele morreu mesmo ou é brinquedo que não tem?”. E, por meses e meses, persiste aquela sensação de que nem toda a magia teria sumido por completo. Afinal, foram anos e mais anos ouvindo o papai, a mamãe, o titio, a titia, a vovó, o vovô, todos, enfim, também acreditando na magia do Papai Noel. “Estariam todos errados?” Mas a resistência é vã. Não há mais como negar. Fatos são fatos. O Noel partiu!
Não me recordo mais quando foi que essa metamorfose se processou dentro de mim. Houve, porém, um 25 de dezembro no qual meu Papai Noel deixou de existir. Sem combinarmos nada, no entanto, seguimos, eu e minha família, fingindo viver a magia do Natal.
Resta confessar, porém, que, não raro, ainda tento acreditar que há, sim, um velhinho de barbas brancas, que mora lá longe, em pleno Círculo Ártico, e que na noite natalina vai mundo afora, distribuindo presentes para as crianças. É, sim, a magia do Natal... Ah, caso ele não apareça, não se preocupe, pois ele não morreu, “é brinquedo que não tem!”
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